Prefeito e Secretário de Finanças responderam aos questionamentos de vereadores e da população
Que a situação financeira do Município de Itápolis não é favorável - como em maioria das cidades brasileiras - todos já sabiam, mas a real proporção desta defasagem foi mostrada pelo prefeito Edmir Gonçalves e secretário de Finanças e ordenador de despesas do município Adroaldo Curioni (Tiquinho), durante a Audiência Pública realizada na Câmara de Vereadores no dia 16 de janeiro. Aproximadamente R$ 6.5 milhões é o valor empenhado no exercício anterior e já processado que precisa ser quitado.
“Nossos secretários já sabem que a palavra de ordem é economizar, estamos empenhados em equalizar as contas, adequando o orçamento, para resolver essa situação e dar eficiência aos serviços prestados pelo município”, explica Edmir.
Segundo o secretário de Finanças o que preocupa são as contas em atraso com fornecedores que compõem este montante. “Sabemos que alguns não recebem desde março, mas, nós nos comprometemos em resolver esta situação. Inclusive, os fornecedores podem ficar confiantes que aquilo que comprarmos daqui pra frente será pago”, disse Tiquinho.
Entre as despesas mensais obrigatórias que o município precisa saudar existe a folha de pagamento do funcionalismo na casa dos R$ 4 milhões/mês. As subvenções para as entidades custam R$ 523 mil/mês. Os repasses a Câmara Municipal são de R$ 196/mês. Financiamentos feitos por administrações anteriores custam R$ 55 mil/mês aos cofres públicos. Ações judiciais consomem R$ 90 mil/mês. Pagamentos de energia elétrica R$ 50 mil, telefone R$ 40 mil, os prédios alugados R$ 55 mil, transporte universitário R$ 230 mil, transporte de circular R$ 30 mil, somados a outros gastos, estes compromissos mensais totalizam mais de R$ 6 milhões.
Para cumprir estes compromissos a maior fonte de receita municipal é originária do ICMS (R$ 2.369) e FPM (R$ 1300) que somados chegam a R$ 3,6 milhões. IPVA e IPTU que, futuramente, entrarão na conta da Prefeitura também não são suficientes para equilibrar toda demanda.
“A situação está caótica e não foge à realidade dos outros municípios, além de precisarmos reconstruir a infraestrutura da cidade, constatamos que não há dinheiro para realizar novos investimentos. Mas estamos seguros de que saberemos administrar esta situação”, disse Edmir que aponta que entre as medidas de contenção estão à redução do número de imóveis alugados.
O prefeito destacou que a principal ferramenta para conseguir recursos que promovam investimentos é que Executivo e Legislativo se unam para buscar repasses de valores junto aos deputados estaduais e federais. “A saída é esta: visitarmos os gabinetes, procurarmos os deputados de cada partido que tem representatividade em Itápolis, para que eles nos liberem verbas”, pontou Edmir.
Ao falar das prioridades de seu governo, o prefeito voltou a citar: água, saúde e buracos. “Na questão da água avaliamos que é preciso bombeá-la dos novos loteamentos para o Jardim Primavera, efetivando a melhoria da distribuição. Por isso, já articulamos com os empreendedores de alguns loteamentos a construção de poços”, explicou o prefeito.
“Na saúde temos um bom diálogo com os médicos da Santa Casa, que estão sendo sensibilizados a colaborarem com nossa proposta de união em benefício da população. Temos que resolver a questão da CND para que a Santa Casa volte a receber recursos estaduais e federais. Já a Secretaria de Saúde enfrenta problemas de ordem financeira que estamos procurando amenizar. O grande número de pacientes que precisam viajar para receber atendimentos que não disponibilizamos me sensibiliza muito. Por isso, começaremos a disponibilizar, em breve, um Kit, com lanche e suco, pensando principalmente naqueles que não têm condições para comprar um alimento. Já em relação aos medicamentos, dependemos de um processo licitatório que demanda maior tempo, por isso pedimos a compreensão da população”, sintetizou.
Em relação à Operação Tapa-Buracos o prefeito ponderou que este não é o momento, por causa das chuvas. “Pretendemos iniciar o Tapa-Buracos entre o final de março e início de abril, para não jogar dinheiro fora. Estivemos no domingo em Catanduva conhecendo o trabalho realizado com uma máquina que pretendemos adquirir para aproveitarmos a usina de asfalto do Almoxarifado e efetuarmos a Operação com qualidade”, resumiu o Chefe do Executivo.
Edmir frisou durante a Audiência que o modelo novo de gestão pública que está implantando em Itápolis acontece em parceria com o Legislativo. “Os investimentos conseguiremos junto com vocês, vereadores. Peço à população, apenas, paciência com as nossas ações, porque estão atreladas a este difícil contexto financeiro, que saberemos contornar”, pontuou.
Sem se esquivar de nenhuma pergunta, o prefeito também abordou temas como a reposição salarial dos servidores municipais, dizendo que esta questão não será esquecida. Questionado sobre a reforma da escola Toledo, Edmir disse que é uma questão de honra finalizar esta obra. “Temos um fundo com R$ 600 mil para terminar o Toledo, os engenheiros da prefeitura estão readequando o projeto para que a obra seja retomada. Com isso, deixaremos de pagar mais de R$ 6 mil em aluguéis dos dois prédios, nos quais a escola funciona de maneira dividida”, explicou.
O prefeito e o secretário de Finanças encerraram suas falas dizendo que as medidas tomadas poderão até ser amargas, mas não serão injustas.
